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O que só tu e eu e pouco mais entende

Eu não sei escrever, apenas tenho muitas, muitas histórias! by Nessie

O que só tu e eu e pouco mais entende

Eu não sei escrever, apenas tenho muitas, muitas histórias! by Nessie

SAÚDE DA BOA!

As pessoas que dizem “saudinha da boa” deviam falecer!

Porquê?

Primeiro - Porque me irritam.

Numa despedida onde as pessoas já deram pelo menos dois beijinhos, um abraço, disseram adeus, até qualquer dia. Como se isso não bastasse, (como se devessem ser elas a ter a última palavra, arrogantes da porcaria) ainda rematam:

- Saudinha da boa!

Elas é que têm de facto a última palavra. O que é se pode responder a isso?

  1. a) um obrigada!
  2. b) saudinha da boa também para ti; ou
  3. c) obrigada (que mostra sempre educação) e alguma saúde para ti (se nesse dia não me sentir muito generosa e tendo em conta que desejar muita saúde a alguém também pode fazer mal. Tudo o que é em excesso é prejudicial, ainda que seja excesso se saúde
  4. d) não responder e ficar a olhar para a pessoa com cara de parva (esta é a opção que tenho adoptado ao longo da vida).

Segundo – Porque são arrogantes. Acham que são as melhores pessoas porque desejam saúde aos outros.

- Eu sou melhor que tu, porque te desejo saúde. Tu és tão reles e mau, que me dizes um simples adeus e vais-te embora, sem mais nem menos!

Terceiro – Porque, querendo dar a ideia que são excelentes pessoas. O que desejam para nós é simplesmente saúde…

Essas pessoas sabem lá se eu quero ter saúde da boa! Saúde é tudo o que se deseja da vida?

Posso querer ter saúde mais ou menos, nem boa, nem má. Não podemos ser oito ou oitenta e assim temos um equilíbrio!

Posso querer antes que me saia o Euromilhões! Mas isso não desejam elas, as porcas. O Euromilhões é para elas. Tu ficas com a saúde, o dinheiro fica para mim!

Algumas pessoas, sendo um pouco mais ambiciosas, podem querer um carro, uma casa, um marido, uma massagem, a reforma, enfim, uma infinidade de coisas, se calhar bem mais interessantes que saúde!

De futuro, quando alguém me disser saúde da boa numa despedida eu irei responder, (não sem antes fazer a minha cara de ódio misturado com perplexidade):

- Olha…. (respiro fundo) e a ti desejo que encontres uma mala cheia de dinheiro!

Confidências: 1 - Passa a bola

 

 

Confidências: 1

Quando era mais nova e o instinto maternal se encontrava escondido algures no interior do meu ser (bem nos confins e isso não foi assim há tanto tempo como isso), quando conhecidos ou amigos com bebés mos entregavam para ficarem ao meu colo (coisa tão querida e fofa), eu fazia o mesmo que fazia nas aulas de educação física quando jogava basquetebol: passava logo a “bola” para a pessoa mais próxima, como se a escaldar estivesse!

Resultado: em primeiro lugar as minhas colegas de escola não me escolhiam para as suas equipas e em segundo lugar, as criancinhas não gostavam de mim.

Vou mais longe ainda, dizendo que, mães, todas embevecidas, ao me mostrarem fotos dos seus bebés (nem todos assim tão lindos), orgulhosas dos seus rebentos, eu olhava para a foto na totalidade e pensava: “Olha que ursinhos tão fofos!

Hoje. Já mais crescida e mãe que sou:

Penso: shame on me! Bad girl.

Admito: sou uma tótó igual às outras que mostra as fotos dos filhos, com um ar de pateta

 

Run baby. Run

 

Não entendo o vício de fazer desporto.

Muito menos entendo que logo pela manhã, quando vou bastante ensonada para o trabalho, a praguejar e amaldiçoar o sol por ter nascido tão cedo, ir encontrando pelo caminho várias pessoas e por várias, entenda-se muitas, a correr.

Será que a cama delas têm picos? Que o colchão se recusa a suportar o peso dos seus corpos e ao fim de 6 ou 8 horas de sono e às 7 da manhã atira as pessoas para fora da cama?

Se calhar é de mim que gosto muito de dormir. Embora não o possa fazer. Primeiro porque, sou mãe e durante a semana trabalho. Segundo porque sou mãe e ao fim-de-semana o meu filho não me deixa dormir muito. O sol nasceu. Damos os bons dias ao sol e toca a aproveitar o dia e a vida!

Nunca gostei de exercício físico. Odiava as aulas de educação física. Na véspera rezava para que o professor tivesse um pequeno acidente ou uma doença e faltasse.

Qual era o resultado disto tudo? Era gorda! Não ao ponto de me aceitarem no biggest looser, mas era gorda!

Hoje em dia, continuo a não gostar de exercício físico. Mas sou “obrigada” a mexer o rabo.

Tenho feito várias modalidades no ginásio. O treino de cardio nas máquinas é uma seca. ODEIO musculação. Fiz bikes, que é muito bom para as perninhas, coxas e rabiosque, mas pedalamos sem nunca chegar a lado nenhum até que …

Há 4 meses encontrei um treino que me assenta que nem uma luva, mas apenas pelo nome: insanity. Como sou completamente insane, nada melhor que fazer um treino que se chama insanity. Quem não sabe como é o treino não vá ver e quem nunca experimentou não experimente. É uma verdadeira maluquice. Uma TORTURA física.

É um treino acompanhado por um professor num ginásio e sempre que ele faz uma demostração do próximo exercício eu penso: “O gajo é maluco!” ou “Só pode estar a gozar!”

Acho que NUNCA, nem mesmo em miúda saltei tanto, me amandei para o chão. Aquele treino é mesmo uma loucura.

Ando sempre dorida. Cada vez que o professor vem ter comigo e diz mais depressa, mais ou alto, faço um olhar cheio de raiva e por segundos sonho que acidentalmente um peso lhe cai num pé e ele me deixa em paz!

Nas primeiras aulas dizia sempre para mim própria que era a última vez que punha lá os pés, mas a verdade é que voltei sempre e porquê? Porque já não sou gorda e quero assim continuar. Dá é um trabalhão do caraças!

Mas acreditem que se pudesse não fazia nadinha. Por isso não entendo quem, logo pela manhã, vai a correr todo feliz e contente, faça chuva ou faça sol, pela estrada fora.

Se calhar são como eu. Fazem-no por pura necessidade…

Está na hora da caminha

Hoje vou escrever sobre pessoas que adormecem enquanto vão a pendura num passeio de carro.

Ao que parece muita gente gosta de fazer sestinhas enquanto vão a algum lado de carro (mais uma vez a pendura. Enquanto se conduz não convém mesmo nada adormecer). O facto de estarmos sentados num carro em movimento tem um efeito calmante/anestesiante. Podia ser vivamente aconselhado para quem sofre de insónias, por exemplo!

A quem é que isso já aconteceu, ponha o dedo no ar? Eu ponho!

A quem é que isso irrita imenso ponha o dedo no ar? Posso por todos os dedos das mãos?

Pareço maluca (o que também não é mentira nenhuma), mas passo a explicar.

Quando era criança e ainda não sabia nada da vida, o meu pai, depois de uma semana inteira de trabalho e na espectativa de passar bons momentos em família ao fim-de-semana, levava-nos a passear. Nós gostávamos de ir, mas acontece que, fizéssemos 20, 60 ou 130 quilómetros o resultado era sempre o mesmo: boas sestas de manhã e à tarde pelo caminho! E o pior é que não era só eu quem dormia, como também a minha mãe e o meu irmão! Coitado do homem, que ficava muito desiludido e bastante aborrecido por nós não aproveitarmos nada da viagem. Dizia sempre que acabávamos por não conhecer nada. O que era verdade. Dormíamos o caminho praticamente todo. Quando chegávamos ao destino tínhamos aquela cara de quem acabou de acordar e quando chegávamos a casa a mesma coisa… nem sei como ainda dormíamos à noite!

O meu pai devia ter um gosto em sair connosco de casa! Mas no fim-de-semana a seguir lá íamos nós novamente para outro local, pobre homem, devia insistir nos passeios na esperança (completamente vã) de nos fazer perder o maldito vício. Durante este período conheci muitos locais é certo, mas como é que lá cheguei, por onde passei, não faço a mínima ideia!

Pai querido. Como eu hoje te compreendo. Como sempre, tens muita razão. Entretanto cresci e como Deus não dorme (como se diz) não é que o meu marido é adepto ferrenho dessa prática!

O que em tempos me soube tão bem, hoje em dia irrita-me a ponto de morder todas as minhas unhas.

É mesmo muito chato viajar e a pessoa ao nosso lado estar a dormir. Para além de ser uma grande seca é como se fossemos sozinhos. Queremos falar sobre o que estamos a ver, começamos a falar, olhamos para o lado e a pessoa está a dormir…

De certeza que existe um comprimidinho para esta doença que afecta com certeza muita gente, mas como não sou muito adepta de me encharcar a mim e aos outros com comprimidos tenho outro remédio:

Ser o meu marido a conduzir o caminho todo sempre que vamos a algum lado, que se lixa! Resultado? Não dorme e fazemos uma viagem MARAVILHOSA!

Não há quem aguente as pessoas que fazem sestas enquanto andam de carro!

Eu é que sei onde fica Fátima

Tenho muitos defeitos, mas não me podem dizer que não tenho sentido de orientação.

Adoro pessoas que não têm sentido de orientação nenhum.

Não me perguntem se sei virar a norte, ou a este. Mas sei ler placas! Adoro ver um mapa quando quero ir para algum lugar que não conheço. O GPS é muito útil, mas não tem graça nenhuma, torna as coisas simples demais…

Uma senhora que conheço muito bem e de quem gosto muito, não tem sentido orientação absolutamente nenhum. Agora ponham esta senhora num carro com mais três pessoas que também não têm sentido de orientação. É uma aventura. Até digo mais, é um acto de coragem. Eles até podiam no entusiasmo ir dar ao Algarve!

Numa ida a Fátima pela estrada nacional, todos contentes, porque não é todos os dias que vão dar um passeio, estando a correr tudo bem e seguindo na direcção certa, numa maldita rotunda, (que consegue desnortear qualquer pessoa), perderam o norte e começaram a voltar para trás.

Uma alminha que devia ser a mais inteligente dentro da viatura, pergunta:

- Olha que estamos enganados. Os pederguinos (para nós peregrinos, esta pessoa não prima pelo bom português) vão em sentido contrário!

Isto aconteceu numa altura em que iam muitos peregrinos em direcção a Fátima.

Ao que respondem, depois de se terem cruzado ao longo do caminho por eles.

- Pois eles é que vão mal, que eu já passei aqui muitas vezes e continuaram a andar…

Mais uns quilómetros e chegavam a casa. Todos iam engados, menos eles.

Conclusão: devia-se acabar com as rotundas.

Ui. Ca bom!

O que eu mais gosto depois de sair do ginásio de língua de fora, depois de um treino duro: saber que no dia seguinte não ponho lá os pés!!

É pa´. Cala-te!

Faz-me uma certa comichão pessoas que conseguem falar durante 1 hora e não dizer nada.

Da boca delas saem palavras é verdade, mas no final vai-se a ver e não disseram nadinha.

Estas pessoas são comunicativas e divertidas? NÃO!

São chatas e maçadoras e limitam-se a abrir a boca e falar. Às vezes entendo melhor o ladrar da minha cadela! Fará sentido?

Com os anos consegui arranjar um interruptor para desligar nessas alturas. O meu cérebro continua a trabalhar, mas divaga por outras bandas, tento ter pensamentos bons, pensar em passarinhos, em como o dia está bonito, ou, se me esqueci de fechar a porta à chave, ou até o que irei fazer para o jantar desse dia, a aguardar impacientemente que a pessoa se cale…

Mas, felizmente as pessoas não são todas iguais. Estas pessoas hão-de fazer muita falta a alguém. Como seriam duas pessoas que, quando não têm nada para dizer ficam caladas? (como eu). Limitavam-se a disfrutar da companhia uma da outra e isso passado algum tempo pode tornar-se estranho.

Como não sou uma pessoa má e desprovida de sentimentos deixo as pessoas falarem. Querem falar, falem, mas será que não conseguem ver pela minha cara (que não consegue mentir), que eu estou-me nas tintas para a porcaria da conversa? Gostava de ver a minha cara nessas altura.

Boring…

O fim

“O próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela.” (Fernando Pessoa)

Eu desejo matar a morte e mandá-la para o Inferno.

Este ano (e ainda estamos em Julho) morreram 3 pessoas que me eram próximas. Fora as que conhecia (aí então é só fazer contas de sumir).

Com este número fabuloso até tremo só de pensar o que possa ainda mais vir.

Tive a “sorte” de perder o meu avô aos 31 anos. Só nessa altura conheci então a Senhora Dona morte, portanto já adulta. Mas, o que é certo é que ser adulta não ajuda em NADA lidarmos com o facto de nunca mais voltarmos a ver uma pessoa.

A palavra morte é feia e difícil de aceitar. As pessoas têm razão quando dizem: “Se ninguém morresse onde caberíamos todos?”, ou, “A vida é mesmo assim, faz parte do viver”, ou “tudo acaba”, blá, blá blá.

A palavra velório é muito feia. As casas mutuárias são feias. As pessoas todas a darem-nos os sentimentos é feio. A morte é feia. É tudo feio.

Como se não fosse já mau a morte em si, tudo o que a envolve é muito triste e deprimente, parece feito para deitar ainda mais as pessoas abaixo, para massacrar ainda mais.

Morre-se. Vela-se o corpo. Como que uma penitência, está-se um dia inteiro a olhar para uma pessoa morta e estamos sempre a olhar para ela porque sabemos que será última vez, como que a aproveitar os últimos momentos com ela. As pessoas mais afastadas do familiar sempre a olhar para nós, com aquela cara que todos nós já fizemos em algum lugar. É obrigatório dar os pêsames a todos os familiares próximos e agradecer a presença. O cortejo fúnebre; o funeral em si; as flores; o caminho até ao cemitério e a pessoa ser enterrada, as despedidas é tudo bastante deprimente e horrível. ODEIO.

Devia-se morrer e acabava logo ali.

O que me marcou mais neste dia até foi beijar o meu avô. Nunca tinha tocado numa pessoa morta, disse a mim mesma que nunca mais o faria e voltei a faze-locom a minha avó. Fiz aquilo com muita naturalidade e à vontade mas a sensação foi horrível. É como beijar uma pedra. É como se a pessoa que está no caixão não fosse a pessoa que conhecemos. Como se fosse um boneco. Até a cara é diferente.

Não me consigo despedir das pessoas.

Eu desejo matar a morte e mandá-la para o Inferno.

Está na Lei!

 

Existem pessoas que remetem tudo para a lei. Qualquer coisa dizem logo:

- A Senhora tem de fazer isto. Está na lei.

Até aí tudo bem. Hoje em dia tudo está legislado. Uma pessoa ao dizer essa frase até dá a impressão que tem bastantes conhecimentos. Pois se diz que está na Lei é porque deve estar. Quem é que conhece as leis todas? A malta acredita.

O pior é quando as pessoas não têm a noção do que estão a dizer. O que acontece muito.

Estava eu em amena cavaqueira com o meu GRANDE amigo Sr. Macário. Apesar de as nossas conversas serem uma espécie de monólogo. Ele é quem fala na maioria dos casos e eu de vez em quando oiço… (bad girl)

Estava ele a tentar falar comigo sobre as partilhas que tem de fazer com o irmão pela morte dos pais:

Sr. Macário - Vais tu falar com o meu irmão por causa da partilha que eu acho que aquele bandido me quer enganar. Sai mesmo à mãe, o filho da p*** (já tinha avisado anteriormente da linguagem do homem). Ele não se pode meter contigo porque tu és funcionária pública (????????)

Eu – Mas eu não sou funcionária pública!

Sr. Macário – Está bem lixado ele, se se armar em esperto contigo. Não se pode brincar com os funcionários públicos. Vais tu. Fazes-me esse favor.

Eu - Mas eu não sou funcionária pública! Trabalho no privado.

Sr. Macário – Está no Código Penal, no artigo 160º. Se ele se armar em chico esperto contigo ainda apanha uma pena de cadeia até 3 anos (??????)

Eu – Mas…

Sr. Macário – Está no Código civil no artigo 877º, ainda se arrisca a pagar-te uma indemnização até 20 mil euros. (????)

Eu – Oh Sr. Macário…

Será que o desgraçado tem alguma espécie de autismo? Será que ele ainda não ouviu o que eu disse?

Sr. Macário – Está na Constituição da República Portuguesa caralho!!!!! (Diz ele quase aos berros de tão empolgado estava). Um funcionário público é Estado. Com o Estado não se brinca… é a autoridade máxima!

Eu, entretanto desliguei o meu cérebro da corrente e em modo automático disse:

- Sr. Macário a constituição diz que todos os cidadãos são iguais perante a lei. Mas o que sei eu. Não sou funcionária pública!!!

E não ouvi mais nada!

A saber (como não tinha nada para fazer, fui pesquisar:

O artigo 160º do Código Penal regula sobre o tráfico de pessoas. O que é quase a mesma coisa.

O artigo 877º do Código Civil regula a venda de pais a filhos. Portanto ambos os artigos são perfeitamente adequados à conversa que tivemos!

A constituição refere MESMO a igualdade perante a lei. Que engraçado. Até as leis mentem!

Conclusão – Podíamos perfeitamente ter sido submetidos a um teste de alcoolémia. Sem estarmos bêbados (pelo menos eu não estava seguramente), a nossa conversa era uma perfeita conversa de bêbados. Vai na volta ainda acusava qualquer coisita.